No âmbito deste Roteiro, desenvolvido em parceria com as associadas da Rede Animar que, direta ou indiretamente, trabalham no setor turístico, tem como propósito dar a conhecer o trabalho que as entidades suas associadas desenvolvem nos seus territórios neste domínio tendo em vista a promoção do território, dos seus produtos e serviços. Esta modalidade difere do turismo de massas, sendo desenvolvido com respeito pelos recursos locais e numa escala limitada, o Turismo de Base Local preconiza o envolvimento da população local.
No dia 26 de setembro, começámos por conhecer o percurso da Cooperativa Terra Chã, os seus serviços e produtos turísticos, que incidem sobretudo na valorização do património e dos recursos locais.
Situada na Serra D’Aire e Candeeiros, a Cooperativa Terra Chã desenvolve um trabalho de desenvolvimento local e de salvaguarda do património local que acolhe a oficina de tecelagem e outros projetos comunitários, nomeadamente o Centro Cultural de Chãos, que oferece serviços de restauração e alojamento, espaços de exposição, a melaria comunitária e o rebanho comunitário.
António Frazão, responsável pela cooperativa, refere que estas valências foram sendo criadas de acordo com as necessidades sentidas pela população local. A oficina de tecelagem surgiu na sequência da necessidade do Rancho Folclórico de Chãos de renovar o seu vestuário, tendo sido inclusive atividade do Rancho Folclórico que levou à criação de estruturas de apoio – alojamento e restaurante local. A cooperativa organiza várias atividades de animação turística, como caminhadas pela serra ou visitas guiadas a alguns pontos de interesse da região, como a gruta das Alcobertas, ou acompanhamento do pastor por uma manhã ou um dia. O objetivo destas atividades é a partilha dos saberes locais, dos recursos endógenos, e daquilo que a natureza oferece na região.
Ao longo desta manhã, realizámos uma visita ao estábulo do rebanho comunitário e uma caminhada pela serra, onde observámos várias espécies de orquídeas selvagens e fizemos um piquenique com o pastor e o rebanho de cabras sapadoras, partindo de seguida para a visita à gruta de Alcobertas.
Depois do almoço no restaurante da Cooperativa Terra Chã, rumamos a Brotas, uma aldeia do Concelho de Mora, onde fomos conhecer o trabalho realizado pela Abrottea, Associação Dinamizadora Cultural Histórica e Ambiental de Brotas, cujo seu trabalho tem como fim promover a valorização do património histórico, cultual e ambiental deste território.
Pedro Mendonça, responsável pela Abrottea, fez uma breve apresentação da história do local e apresentou o trabalho da Abrottea, que entre outras atividades, dispõe de um serviço de serviço de alojamento nas Casas de Romaria associado a um conjunto de parcerias locais, a partir das quais é possível escolher atividades ligadas à gastronomia e ao artesanato, nomeadamente a moldagem e pintura de barro em olaria tradicional ou a confeção de pintura em azulejo em ateliê – Rota do Oleiro.
Neste quadro, foram realizadas visitas ao atelier de cerâmica e barrística, sediado na Casa dos Mordomos, onde é possível realizar workshops de pintura de azulejo, à Olaria de Brotas onde podemos conhecer todo o processo, deste a recolha e tratamento do barro, à moldagem e pintura de peças em barro tradicional. Após o jantar no restaurante “O Poço”, um parceiro local da Abrottea, onde se pode degustar comida regional, voltámos para as Casas de Romaria onde ficámos alojados e conhecemos o produtor de vinho em talha, tendo sido realizada uma degustação do vinho Cananó.
No dia 27 de manhã, dirigimo-nos para o Parque Biológico da Cabeça Gorda, um dos espaços do projeto-piloto do projeto LIFE Desert-Adapt implementado pela ADPM - Associação de Defesa do Património de Mértola, destinado à conservação e utilização sustentável do habitat florestal, dominado pelo sobreiro e pelo eucalipto.
Filipe Silva, técnico da ADPM, apresentou o trabalho levado a cabo por esta entidade neste local, que tem como objetivo atenuar as consequências das alterações climáticas, melhorando a sua sustentabilidade do ponto de vista económico, social e ambiental, tendo em vista o restauro ecológico e a promoção da visitação deste espaço. Destacam-se as intervenções realizadas em termos ecológicos, recomendações do uso do solo e métodos de restauro da paisagem, nomeadamente através do ensaio de auxilio à plantação.
De seguida, fomos até São João dos Caldeireiros, onde visitámos o Centro de Interpretação e Observação do Lince-ibérico, no qual a ADPM teve um papel relevante na criação de serviços complementares ao turismo local, associado à Rede de Recursos e Ciclos Pedestres.
Deste local é possível observar o cercado onde, em 2014 no vale do Guadiana, foi libertado o 1º casal de linces-ibéricos no âmbito do Programa de Conservação Ibérico, perspetivando-se que existam agora cerca de 200 linces.
As próximas visitas permitirão conhecer melhor o trabalho desenvolvido neste domínio pela Activar Lousã (31/10) e pela Vicentina (28/11).
A participação é gratuita, mas requer inscrição.
Mais informações AQUI.