Saúde sexual e reprodutiva de mulheres imigrantes africanas e brasileiras: um estudo qualitativo

Autores/as
Sónia Ferreira Dias e Cristianne Famer RochaSinopse
Não representando, por si mesma, um factor de risco para a saúde, a migração e as condições em que se processa podem aumentar a vulnerabilidade à doença. De acordo com o relatório A Passage to Hope – Women and International Migration, o número de mulheres migrantes tem vindo a aumentar significativamente, o que coloca importantes desafios em saúde pública, uma vez que, frequentemente, as migrações no feminino representam maiores riscos e vulnerabilidades (UNFPA, 2006).
Editora
ACIDISobre
As questões de género, associadas a outros factores, como o tipo de migração, as condições a que o migrante é sujeito nos países de acolhimento, as políticas e atitudes destes países em relação à equidade e igualdade de oportunidades, o tipo de contacto mantido com o país de origem e a possibilidade de retorno e reintegração, determinam o impacto da migração nas po pulações (Jolly e Reeves, 2005; IOM, 2004a).
A saúde sexual e reprodutiva representa actualmente uma das principais preocupações da Saúde Pública internacional e nacional uma vez que os potenciais problemas afectam, directa ou indirectamente, a saúde e bem-estar dos indivíduos/comunidades, e comprometem o nível social e económico das sociedades em que estes fenómenos ocorrem, pois implicam custos elevados ao nível do capital humano e da produtividade (UNFPA, 2006).
Este trabalho está organizado em três partes. A primeira parte do trabalho consiste na revisão de literatura e é constituída por dois capítulos relativos às temáticas em estudo: migração e saúde sexual e reprodutiva de mulheres imigrantes. A segunda parte deste trabalho é dedicada à apresentação do estudo, descrevendo-se os objectivos, os procedimentos metodológicos, os resultados obtidos e a discussão dos mesmos. Esta parte contempla a descrição dos objectivos e do método e participantes, bem como a análise dos resultados obtidos e a sua discussão. Na terceira e última parte, são apresentadas as conclusões gerais deste trabalho e as principais recomendações para o desenvolvimento de políticas e planeamento de futuros programas de promoção da saúde sexual e reprodutiva de grupos específicos da população imigrante em Portugal.